segunda-feira, 3 de novembro de 2008

PROGERIA


(Síndrome de Hutchinson-Gilford)


A progeria é uma doença genética rara (uma criança em 4 milhões), ainda sem cura. As crianças com progeria envelhecem entre cinco e dez vezes mais rápido do que o normal. Elas perdem os cabelos, ganham rugas na pele e chegam a morrer por causa de arteriosclerose ainda na adolescência


Acredita-se que a Progeria possa ser uma doença autossômica, recessiva ou dominante. No caso de ser dominante, isso pode ocorrer devido a uma mutação genética nos gametas de um dos progenitores.


A etiologia não está bem estabelecida. Os casos em geral são esporádicos. Duas equipes de pesquisadores franceses e norte-americanos identificaram uma mutação no gene LMNA que codifica a proteína Lamina A capaz de controlar a estrutura do núcleo, a parte da célula que contém a maior parte dos genes e dos cromossomos; essa mutação torna o núcleo instável. No núcleo de células em crianças com Progeria foram detectadas alterações que levam à instabilidade e morte celular precoce, impedindo a regeneração dos tecidos. Somente em 88% dos casos de Progeria foi observada essa mutação genética.


Também é possível que ocorra uma perda progressiva e acelerada das extremidades dos Telômeros que controlam o número de divisões nas células, e esse fenômeno é, em geral, evidenciado no envelhecimento progressivo patológico. No envelhecimento progressivo normal e também no patológico, o encurtamento do telômero a cada divisão celular atuaria como uma contagem e um sinal do número de divisões celulares e, indiretamente, da duração da vida.


Características:
As principais características clínicas e radiológicas incluem a alopecia, perda de gordura subcutânea e osteólise entre outras citadas abaixo. A inteligência não é afetada. A morte precoce é causada por aterosclerose.
Artrose (doença degenerativa das articulações)

  • Baixa estatura ou Nanismo;
  • Cabelo rarefeito ou ausente;
  • Clavícula ausente ou anormal;
  • Dificuldades na alimentação no lactente
  • Envelhecimento prematuro
  • Erupção tardia dos dentes
  • Face estreita
  • Fenótipo emagrecido
  • Hipoplasia (diminuição da atividade formadora dos tecidos orgânicos) terminal dos dedos
  • Luxação do quadril
  • Micrognatia (maxilar inferior [mandíbula] anormalmente pequeno)
  • Mobilidade articular diminuída
  • Pele fina
  • Pilosidade corporal reduzida
  • Puberdade tardia/hipogonadismo
  • Sobrancelhas ausentes/rarefeitas
  • Unhas dos pés finas/hipoplásicas
  • Unhas finas/hipoplásicas/hiperconvexas
  • Choro/voz anormal
  • Fontanela grande
  • Lábios finos
  • Lóbulo do pavilhão auricular pequeno/hipoplásico
  • Osteoporose

Diagnóstico:

O diagnóstico da progeria é fundamentalmente clínico e realizado nas crianças que apresentam os sinais iniciais da doença entre o primeiro e o segundo ano de vida. Não existe atualmente nenhum exame que certifica o diagnóstico de progeria.

No entanto, o sinal mais constante encontrado nestes pacientes tem sido o aumento da excreção de ácido hialuronico na urina, evento que não pode se relacionar com transtornos endócrinos nem eventos dismetabólicos. Por outro lado, embora não sejam diagnósticos, existem determinados sinais radiológicos e histopatológicos que foram descritos no progeria


Pesquisas:
Cientistas descobriram uma mutação genética que poderia ser a causa do envelhecimento precoce em crianças. Segundo cientistas, o estudo pode levar à descoberta da cura para a doença e também a novas pistas sobre as consequências do envelhecimento em pessoas sadias, mas a doença ainda não tem cura.
Recentemente, atribuem o problema a um gene que controla a estrutura do núcleo celular -estrutura que comporta a maioria dos genes e cromossomos. Essa mutação, encontrada em crianças com envelhecimento precoce, ativa a produção de uma proteína que desestabiliza o núcleo celular, afetando todas as células do corpo, com exceção das cerebrais.
Na disciplina de Genética do departamento de Morfologia da Universidade Federal de São Paulo foi estudado um caso de progeria em que foi observado ciclo celular mais lento, diminuição da atividade de genes ribossômicos e instabilidade genômica.

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